Recentemente, fiz o delicioso passeio de Maria Fumaça, na Serra Gaúcha. Já tinha feito quando era criança, mas fazia tempo que queria voltar. Dessa vez, com o passeio de locomotiva somado à Epopeia Italiana, entendi melhor a cultura da região e compreendi o quanto a imigração italiana influenciou o que é hoje o Vale dos Vinhedos.
…
Quando fui embarcar no trem, olhei para o lado e vi esse senhor. Esse olhar me disse tanta coisa…
Esse olhar me disse que seus antepassados vieram da Itália, em um período de crise econômica. Me disse que, naquela época, o Brasil era uma terra repleta de oportunidades. E me disse que, quando se instalaram por aqui, escolheram o plantio de uva para a produção de vinho como atividade econômica.
Os italianos que vieram viver no Brasil trouxeram na bagagem muitas características culturais que foram incorporadas à Serra Gaúcha. A partir da cultura agrícola, a região ficou conhecida pela produção de vinho. E assim, dessa expertise trazida pelos imigrantes, emerge o enoturismo do Vale dos Vinhedos.
A Maria Fumaça
Uma das principais atrações turísticas da região, a Maria Fumaça também ajuda a contar a história da economia local nas últimas décadas.
A rede ferroviária chegou à região no início do século XX, facilitando o escoamento da produção de vinho e demais produtos locais. A linha, que cruza as cidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, começou a ser construída em 1909, foi finalizada somente em 1919 e transportou passageiros até a metade dos anos 70.
Suas atividades foram retomadas para fins turísticos em 1992, quando a Giordani Turismo passou a operar o passeio “Maria Fumaça – Um Retorno ao Passado”.
Bem, vamos agora ao passeio! 🙂
A locomotiva movida a vapor percorre um trecho de 23 quilômetros, e o trajeto dura cerca de 1h30. O trem parte de Carlos Barbosa e chega em Bento Gonçalves. Se necessário, a operadora leva os turistas de Bento para lá.
Logo que o trem começa a se movimentar, são iniciadas as animadas apresentações folclóricas italianas e gaúchas, que passam de vagão em vagão. Todo mundo se levanta, alguns arriscam passos de dança e todos batem palmas acompanhando os músicos. É muito divertido!
Lembra do meu amigo lá de cima? Ele faz parte da apresentação de música italiana e me tirou pra dançar. Quanta história esse olhar carrega, hein?
Entre uma apresentação e outra, o barulhinho gostoso de ouvir do trem andando nos trilhos.
Olhando pela janela, a paisagem é muito bonita, com muito verde, flores, e vistas de algumas ruas das cidades por onde passamos.
No meio do passeio, uma parada para degustação de suco de uva integral e espumante em Garibaldi. É o momento perfeito pra você conhecer os detalhes da locomotiva, se divertir com o show de música tradicional e tirar uma foto da frente da Maria Fumaça. É linda, né?
O passeio continua por mais alguns minutos, e termina na cidade de Bento Gonçalves, onde a história daquele olhar, da imigração italiana e da cultura local segue sendo contada…
Epopeia Italiana
A segunda parte do passeio acontece na Epopeia Italiana, um espetáculo de 30 minutos de duração, que nos leva a uma viagem para o “paradiso chamado Brasile”.
Durante o espetáculo, somos guiados por Lázaro e Rosa em nove cenários em tamanho real. Um show de luz e som, que termina com uma celebração especial acompanhada por degustações de vinho, suco de uva e biscoito colonial.
Não era permitido tirar fotos, então não posso mostrar pra vocês em detalhes como foi. Mas quer saber? Eu acho é bem bom, sem spoilers! 😀
Procurando na internet, você até encontra imagens da Epopeia, mas fica muito mais emocionante quando você se surpreende com as histórias e a encenação de grandes momentos da imigração italiana.
Quanto custa?
Esses dois passeios juntos custam de R$ 114 a R$ 162, dependendo da temporada. Você pode reservar esses e outras excursões no site da Giordani Turismo.
São experiências fascinantes, que contam histórias do passado e que valorizam quem ajudou a construir o que a região é hoje. Super super recomendo! 🙂
* Esse passeio foi feito durante a ENBRAV, a convite da AJOBTUR.